quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Diário do Processo Criativo - Bruno Campelo

Transitório 35 - Processo Criativo
Diário de um cachimbo
por Bruno Campelo
28 de fevereiro de 2013

Guio a preparação física juntamente com Camila Duarte. Particularmente, me sinto mais vivo, ativo e preparado para a exploração da possível cena. Meu corpo grita, queima e pede ação, mesmo que estática. Sinto a energia pulsante atravessando cada detalhe do meu corpo. E descubro onde possam existir "ralos" que desperdiçam qualquer gota dessa energia. Ele, o corpo, se descobre!

Começa assim...

A mente cria, revive, vive momentos de aflição, de medo, coragem, aceitação, quebra de barreiras. Auto conhecimento. Descubro-me outro, outra. Adoro a outra. Mas sou um que vive outros e outras dentro daquela sala de ensaio. Vejo, sinto e reajo a outros e outras. Sou todos e todas. Permito-me ser. Quebro barreiras aos poucos. Posso ser quantas verdades eu quiser criar. Normalmente escolho uma, a mesma. Duvido um pouco.

Será que ali, no fumo daquele cachimbo, meu corpo é meu?

Estão desenhando, pintando, criando, remoldurando meu corpo. O sinto REMANUFATURADO! Naquele momento, "aquilo" já não serve. Era lindo. Será que vai ser linda também?

 

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Marc Quinn - Buck & Allanah (2009)

Buck & Allanah (2009)
Marc Quinn

Em sua exposição no White Cube Hoxton Square, em Londres, Marc Quinn faz uma exposição onde retrata pessoas que se submeteram cirurgias plásticas e transformações corporais extremas. Entre as peças expostas temos a escultura em tamanho real de Buck Angel e Allanah Star, dois famosos trans da industria pornô feitos em bronze.

De acordo com Marc Quinn "eles são pessoas comuns que se tornaram em pessoas extraordinárias, eles agiram pra que o seu interior se mostrasse no seu exterior"

Para ver mais obras de Marc Quinn é só acessar o site http://www.marcquinn.com/

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Processo criativo


Transitório 35


Processo criativo de "Ceci n'este pas une pipe {Este não É um cachimbo}"

Fevereiro de 2013

Foto de Danilo Roxette & Arte de Joel Costa Mar

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Magritte { }

Imagens referencias para construção da dramaturgia de "Ceci n'est pas une pipe {Este não É um cachimbo}" 


Transitório 35 - A traição das imagens {1928-1929}
A traição das imagens {1928-1929}

Transitório 35 - Dias Gigantescos {1928}
Dias Gigantescos {1928}

Donna {1934}
Donna {1934} 

Golconda {1953}
Golconda {1953}

La race blanche {1937}
La race blanche {1937}

La reproduction interdite {1937}
La reproduction interdite {1937}

Le Jockey Perdu {1926}
Le Jockey Perdu {1926}

Les Amants {1928}
Les Amants {1928}

Tentando o impossível {1928}
Tentando o impossível {1928}

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Por que Magritte?

Transitório 35 - The Son Of Man
Por que Magritte?

O pintor belga surrealista René Magritte foi grande inspirador para a criação desta peça, que ganhou o nome devido a sua obra onde vemos um cachimbo pintado e o concreto lembrete de que o que se vê não é o que parece ser. Surgiu assim "Ceci n’est pas une pipe {Este não é um cachimbo}”, onde o personagem central, o Homem, decide mudar seu sexo e deixar de ser um Homem para passar a ser uma Mulher. Através de um mergulho pelo surrealismo de Magritte, esta peça dialoga com as Artes Visuais em busca de uma contemporaneidade fracionada e ao mesmo tempo, busca uma vivência real na vida da pessoa que pretende mudar seu sexo, mediante um tratamento, sofrendo com isso alterações de ordem social e psicológica.

Como forma de diálogo com as obras surrealistas de Magritte, “A traição das imagens” (1928/1929); “Tentando o Impossível” (1928); “Dias Gigantescos” (1928) e “Golconda” (1953) foi pesquisada uma série de reportagens e estudos no campo das cirurgias de transgenitalização. O contato com esse material de pesquisa permitiu aprofundar no entendimento deste assunto, tão delicado e profundamente minucioso, que ainda sofre diversos questionamentos.

Com fortes referências estéticas para o trabalho, Magritte vem como contraponto para uma visão da contemporaneidade, analisando um ponto de vista sobre a posição do transgênero na sociedade atual.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Quem foi Magritte?

René François Ghislain Magritte, mais conhecido como René Magritte, nasceu na cidade de Lessines, na Bélgica, no dia 21 de novembro de 1898. Posteriormente ele se tornaria um dos mais significativos artistas plásticos do movimento surrealista belga, figurando junto ao pintor Paul Delvaux.
René era o filho mais novo do casal Léopold e Regina Magritte, e em 1912 perdeu a mãe, que neste ano se suicidou mergulhando no Rio Sambre, evento testemunhado pelo jovem Magritte. Diz-se que este acontecimento viria a marcar para o resto da vida o pintor belga, levando-o a pintar quadros como Les Amants (1928), em que dois namorados se beijam encapuçados - da mesma forma que a sua mãe tinha sido encontrada, com o vestido cobrindo-lhe a cabeça.

Mais tarde, em 1916, o artista é admitido na Académie Royale des Beaux-Arts, em Bruxelas, instituição na qual ele permanece por dois anos, acabando por se aborrecer com o conservadorismo da escola e por abandoná-la. Tornou-se então um desenhista de papel de parede e artista comercial em Bruxelas, cidade onde passou a viver e se casou com Georgette Berger.

Magritte trabalhou também como designer de cartazes e ofertas publicitárias até 1926, quando começou a se sobressair no movimento surrealista; neste período ele assina um acordo com a Galeria de Artes de Bruxelas. Desde então ele se dedica de corpo e alma à pintura, e integra em seu currículo a criação de sua primeira obra surrealista, Le jockey perdu (1926), e um ano depois realiza sua primeira mostra de arte, a qual não é bem sucedida entre os críticos.

Durante os anos 30 aprofundou a sua técnica, pintando imagens perturbantes e desconstruídas que logram desafiar as percepções do público. Em 1928, Magritte já nos tinha deixado uma pista para a leitura da sua obra com "A traição das imagens"(1928-1929), pintado em Cadaqués (Catalunha) na companhia de Dali. Por baixo do cachimbo, podemos ler as palavras "Ceci n'est pas une pipe", uma aparente contradição.
O artista exercitava o que se denomina de surrealismo realista ou ‘realismo mágico’. No início de sua carreira ele tentava reproduzir os trabalhos dos pintores vanguardistas, mas aos poucos se deu conta de sua ânsia por uma expressão mais poética.

A simplicidade enganadora das suas telas tem um conteúdo filosófico e poético, satirizando o mundo instável e perturbado do século XX. Um mundo feroz (e veloz) no qual a razão se torna indispensável para dar sentido à vida. Mas Magritte expurga essa razão através de técnicas surrealistas, jogando com a lógica do espectador: há nos seus quadros uma necessidade de reagir ao fenómeno da vida quotidiana, criando algo inesperado. Um quadro de Magritte não é para ser admirado. É para ser objecto de reflexão e ponderado - o sentido está muitas vezes escondido e é alvo de segundas, terceiras e quartas interpretações. E as questões acerca das suas criações ainda pairam no ar, já que Magritte nunca deu respostas claras acerca do seu significado. La reproduction interdite(1937) ou Golconde(1953) são alguns dos exemplos desta aura de mistério.

Durante os tempestivos anos 40, o pintor belga passou ainda por dois períodos - os únicos da sua vida - em que se afastou do surrealismo. Em 1943-44, influenciado por Renoir, adotou um estilo colorido que deixou pouco depois, dado o desinteresse da crítica. Em 1947-48, na época "vache", foi influenciado pelos fauvistas, pintando imagens provocatórias e rudes. Desencorajado mais uma vez pelas críticas ao seu trabalho, acabou também por voltar ao seu "visual thinking" ou "pintura cerebral", termos rotulados pela crítica.

O pintor morreu em 15 de agosto de 1967, vítima de câncer, e foi sepultado no Cemitério Schaarbeek, localizado em Bruxelas. Apesar dos cerca de mil trabalhos que criou até à sua morte, René Magritte começou apenas a ser verdadeiramente apreciado nos anos 60. O interesse generalizado fez com que muitas das suas telas se tornassem parte da cultura popular durante as décadas seguintes.


Fontes:
http://obviousmag.org/archives/2011/01/rene_magritte.html#ixzz2LHmCqXyY
http://www.infoescola.com/biografias/rene-magritte/
http://pt.wikipedia.org/wiki/René_Magritte